
Editorial
Prezado Cooperado,
No último dia 15 de outubro, no espaço Expo Dom Pedro, realizamos mais uma edição do encontro “Cooperativa em Suas Mãos”, reunindo um número expressivo de colegas cooperados.
Por aproximadamente duas horas e com total transparência, apresentamos dados do mercado de saúde e da Unimed Campinas, além das razões que nos levaram a instituir a Meta de Sinistralidade, com vigência desde o início de outubro, bem como a decisão do pagamento do ISSQN ao município de Campinas.
A Meta de Sinistralidade é o nome dado à metodologia de descontos proporcionais na remuneração mensal do cooperado PF e PJ sempre que os custos assistenciais ficarem acima do limite seguro frente à receita líquida.

Importante ratificar que essa meta está diretamente ligada à necessidade de constituição da Margem de Solvência, provisão obrigatória pela ANS – Agência Nacional de Saúde, mas que em conjunto com diversas ações já implementadas ao longo de 2019 e outras planejadas para 2020, auxiliará a manter a Cooperativa sólida e sustentável, como sempre esteve.
A pendência do pagamento do ISSQN também era uma preocupação antiga e a decisão foi pelo pagamento dos anos de 2018 e 2019 e o recolhimento regular a partir de agora.
Pela relevância dos números apresentados nesta nona edição do encontro “Cooperativa em Suas Mãos” de 2019, consideramos importante reproduzir aqui o teor do que foi detalhadamente exposto pelo diretor Financeiro Plínio Conte de Faria Júnior.
Caso você esteja entre os que não puderam comparecer, sugiro uma leitura atenta desse conteúdo, compreendendo a importância das decisões tomadas pela gestão atual, baseadas no atento monitoramento dos indicadores do mercado e da Cooperativa.
Em dezembro deste ano, começaremos nossa contagem regressiva para os 50 anos da Unimed Campinas e não tenho dúvidas de que teremos razões de sobra para comemorar cinco décadas de mercado, fazendo de 2020, um marco positivo na nossa trajetória, fortalecendo nossa marca e confiança junto aos nossos diversos públicos, com foco num futuro absolutamente promissor.
Tenho dito em todas as oportunidades que nossa união nos trouxe até aqui, nos blindou da concorrência e assegurou a confiança da marca Unimed Campinas na Região Metropolitana, e é assim que devemos nos manter.
Nosso foco é fortalecer a Cooperativa, compartilhando informações, para que ela continue sólida e respeitosa com nossos cooperados e respeitada por nossos clientes, colaboradores e comunidade.
Boa leitura!
João Lian Júnior
Diretor Presidente

Principais Resultados
da Unimed Campinas
A atual estratégia da Unimed Campinas é manter o foco na melhoria de seu resultado operacional.
Comercializar e manter planos de saúde para Pessoas Físicas e Jurídicas são as fontes de nossa receita e essa relação deve buscar resultados positivos com propostas de adequações para o equilíbrio dos contratos, mesmo com possível redução no número de vidas, caso não possam ser mantidas na forma contratada.
Podemos, portanto, terminar o ano de 2019 com um menor número de beneficiários, porém, com melhor resultado operacional na relação receita x custo.
Com a carteira de clientes PJ e PF estável nos primeiros nove meses do ano, a receita líquida da Cooperativa apresentou um crescimento de 10% em relação ao ano de 2018, ou seja, um resultado positivo e importante de R$ 197 milhões.
Por outro lado, o custo assistencial no mesmo período alcançou R$ 191 milhões, com crescimento de 11%.
A sinistralidade orçada para o período era de 86,8%, e a realizada alcançou 89,1% - um desvio de 2,3%, representando um valor, nessa diferença, na ordem de R$ 50 milhões.
Vale ratificar que sinistralidade é a relação exclusivamente dos custos assistenciais comparados com a receita, não considerando demais despesas como as administrativas, para as quais foi e está sendo feita um monitoramento constante, já com resultados consideráveis na melhora da eficiência da Cooperativa.
É possível afirmar que, ao final de 2019, teremos sobras importantes, estimadas em R$ 74 milhões, que deverão ser mantidas no patrimônio da Cooperativa para composição da Margem de Solvência, cumprindo assim a obrigação assumida perante a ANS através do TAOEF - Termo de Assunção de Obrigações Financeiras.
O controle de sinistralidade é nossa necessidade atual e isso é possível com uma gestão conjunta e consciente.
Controle de desperdícios, custos com excesso de exames laboratoriais e de imagem, internações prolongadas e fomento da judicialização, com indicação de procedimentos, materiais e medicamentos fora do rol da ANS e das evidências científicas, são assuntos recorrentes e amplamente trabalhados e que, constantemente, devem ser pauta de reflexão.
Principais ofensores
no crescimento de custos
A elevação dos custos assistenciais poderia ser justificada por questões conjunturais, tais como: o envelhecimento da carteira de clientes devido a maior longevidade de homens e mulheres, a evolução da medicina ter permitido tornar algumas doenças raramente curáveis em enfermidades crônicas e passíveis de controle, ou mesmo a inflação médica maior que demais indicadores de mercado, dada às tecnologias incorporadas e não substitutivas.
Entretanto, é possível identificar ofensores em nossos custos que não são conjunturais e, por isso, o momento é de análise sobre os excessos e a eficácia na melhoria da saúde de nossos beneficiários.
O modelo de livre escolha por parte do cliente e a liberdade para a atuação do cooperado fizeram da Unimed Campinas uma opção de saúde desejada pelo mercado, mas que só sobreviverá com conscientização, controle e monitoração dos recursos.
O momento exige reflexão se as quantidades e, consequentemente, os valores envolvidos têm trazido benefícios na saúde de nossos clientes, se melhoram a qualidade da Medicina praticada por nós ou se, usados de forma indiscriminada e descontrolada, têm trazido apenas custos que ameaçam a sobrevivência do nosso negócio.
Confira alguns números que servem de base para projetos de melhoria na Cooperativa:

ressonâncias

Unimed |
Média anual
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174 ressonâncias para cada 1.000 habitantes
-
R$ 49 milhões/ano
OCDE (Organização de Cooperação
e de Desenvolvimento Econômico) |
Média anual ideal
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52 ressonâncias para
cada 1.000 habitantes
-
R$ 15 milhões/ano
liminares judiciais
Logo, nosso custo com esse tipo de exame é três vezes maior que o mercado.

R$ 54,8 milhões é o montante de gastos com liminares judiciais este ano, envolvendo 386 pacientes.
Os procedimentos judicializados, solicitados na grande maioria das vezes pelo cooperado, não estão no ROL da ANS, ou seja, estão fora da cobertura contratual. Vale esclarecer que as defesas jurídicas ficam muitas fragilizadas se a solicitação e a indicação partirem de um médico cooperado, portanto, dono da Cooperativa.
- Fisioterapia motora + medicamentos SPINRAZA.
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Câncer de próstata + medicamento Canaquinumabe.
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Procedimento cirúrgico particularizado.
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Método ABA e THERASUIT.
Ponto de atenção: apesar de não estarem no ROL, os gastos com ABA e THERASUIT em 2019, até setembro, somam R$ 9,6 milhões.
4 tratamentos lideram a judicialização:


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2 dias é a diferença da duração da internação de pacientes em quarto privativo, comparados com os de quarto coletivo.
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2,46 dias é a média do período de internação em acomodação coletiva, que tem um custo médio de R$ 1,2 mil.
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4 dias é a média do período de internação em acomodação privativa, que tem um custo médio aproximado de R$ 4 mil.
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Internação eletiva tem custo médio de R$ 1,9 mil e duração média de 1,71 dia.
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Internação de urgência tem custo médio de R$ 9 mil e duração de 8,38 dias.
R$ 12 milhões: esse é montante gasto na repetição de exames laboratoriais eletivos fora de hospitais. Apesar de ser aparentemente de baixo valor, a repetição de exames simples, quando somados, apresenta valores expressivos.
4,7 vezes maior é o custo médio por internação de urgência em relação à internação eletiva:
R$ 66 milhões/ano representam o nosso gasto com os 20 exames laboratoriais mais solicitados – volume que equivale a 50% do gasto anual com exames de laboratório.



R$ 6,7 milhões/ano é o volume de recursos financeiros gastos com exames restritos. Os 4 exames restritos mais solicitados são:


Os 10 tipos de Ultrassons mais solicitados totalizam um montante anual de R$ 71 milhões, o que corresponde a 84% do valor gasto com esse recurso diagnóstico:

Sobre RM e TC, também os 10 tipos mais solicitados este ano, até setembro, totalizam um montante de R$ 63 milhões, o que equivale a 82% do valor gasto com esses recursos:
Enfim, o propósito da gestão vai além de apenas apresentar números: é a transparência em mostrar aos cooperados a grandiosidade e a responsabilidade de todos com a Cooperativa.
É possível, facilmente, ter acesso às informações: saber a quantidade de procedimentos, quem os solicitou e/ou realizou, índices de internação de cada prestador hospitalar, avaliar a métrica de realizações frente ao mercado, à mesma especialidade; porém, somente conhecer os números não nos levará às mudanças necessárias.
Partilhar os números é a primeira tarefa para a conscientização de que nosso modelo não pode ser individualizado. Somos uma Cooperativa de médicos com o propósito de oferecer a melhor qualidade de saúde aos clientes, por meio de um trabalho médico respeitado e valorizado, cientes de que a proposta de uma Medicina de alto custo, sem necessidade, pode significar riscos à sustentabilidade do nosso negócio.


ISSQN, Margem de Solvência e TAOEF
Há algum tempo o assunto ISSQN tem sido pauta dos materiais e assembleias, sempre com o rigor e a orientação jurídica que o assunto merece.
Em 2019, com a orientação e recomendação dos escritórios jurídicos que apoiam a Unimed Campinas, foi realizada a reavaliação, por parte da Cooperativa, do pagamento do ISSQN dos anos de 2018 a setembro de 2019, no total de R$ 72 milhões, uma vez que, para esse valor, ainda não existia autuação por parte da Prefeitura de Campinas e, portanto, era possível utilizar a denúncia espontânea.
O que é denúncia espontânea?
É um instituto previsto no Código Tributário Nacional (CTN), por meio do qual o devedor, antes que o Fisco instaure contra ele qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, confessa que praticou uma infração tributária e paga os tributos em atraso e os juros de mora à vista. Como "recompensa", ficará dispensado de pagar a multa.
A decisão passa pelo pagamento imediato dos valores totais do período e, a partir de outubro de 2019, ocorre o pagamento regular de aproximadamente R$ 3,5 milhões mensais. Portanto, a importante regularização passa a ser um valor a ser considerado tanto no caixa quanto nos custos mensais da Cooperativa.
Sobre a Margem de Solvência, provisão obrigatória da ANS, assunto que vem sendo amplamente divulgado aos cooperados, informamos que recebemos um ofício da ANS, em setembro de 2019, apontando insuficiência no 2º trimestre de 2019 quanto aos recursos que constituem a margem.
Considerando que a insuficiência não poderia ser corrigida no prazo de 30 dias, houve a necessidade da Unimed Campinas assinar o TAOEF - Termo de Assunção de Obrigações Econômico-Financeiras, um compromisso da operadora em adequar os desequilíbrios econômico-financeiros apontados pela ANS.
Após assinatura do TAOEF, as obrigatoriedades da Cooperativa são:
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Correção de 40% da não conformidade em até 6 meses.
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Proibição da distribuição de lucros, sobras ou dividendos.
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Impedimento de se utilizar de qualquer mecanismo direto ou indireto de distribuição de resultados, devendo o resultado permanecer na operadora.
O TAOEF também orienta que tanto sua assinatura quanto as obrigatoriedades expressas sejam de ciência dos cooperados e, para tanto, a gestão utilizou-se do evento da nona edição do “Cooperativa Em Suas Mãos” para tal função, bem como vem reforçar a informação neste documento.
Ações já implementadas ou em estudo pela gestão
Com o objetivo de restabelecer o índice de sinistralidade e assegurar o cumprimento do TAOEF, está implantada a metodologia da Meta de Sinistralidade desde o dia 01 de outubro de 2019. O modelo respeita a fruição do mês corrente, na mesma base de sobras positivas, e também a sazonalidade mensal. Quanto maior o gasto, maior o rateio negativo mensal.
Voltamos a afirmar que esse redutor poderá não ser necessário ou minimizado, visto que depende diretamente da conscientização do cooperado para todos os aspectos de utilização dos recursos da Cooperativa, amplamente já discutidos há anos e apresentados neste documento.
Outra decisão que compete à Administração é o modelo da Licença Remunerada. A partir de janeiro de 2020, o benefício volta a ser exclusivamente de 20 dias de descanso por ano, sem prejuízo da remuneração.
Vale ressaltar que a decisão define que a soma da licença remunerada de 20 dias mais a produção médica dos outros 10 dias não poderá ultrapassar a média mensal dos últimos 12 meses. Caso o valor produzido seja maior que a média dos demais meses, haverá dedução no valor a ser recebido de licença remunerada.
No mês de intervalo entre ciclos, serão disponibilizadas 250 licenças para livre utilização aos interessados, de acordo com a ordem de opção. As demais regras de rodízio para fruição do benefício ofertado a cada 13 meses bem como a possibilidade de troca entre cooperados dentro do mesmo ano não sofreram alterações. Contudo, é preciso respeitar os prazos para efetivação das trocas e das confirmações até um dia antes de iniciar o mês sugerido pelo sistema.
As novas regras já estão disponíveis para consulta em regulamento, na página do benefício presente no Canal do Cooperado. Dúvidas sobre o assunto podem ser esclarecidas com a equipe de Relacionamento com Cooperados pelos telefones: 3735-7014/ 7015 ou pelo e-mail relacionamentocoop@unimedcampinas.com.br.
A alteração do modelo de concessão da Licença Remunerada permitirá economizar R$ 11,3 milhões em 2020.
Sobre a concessão do benefício de saúde aos cooperados, seus dependentes e agregados – Plano PAH, um estudo minucioso está sendo providenciado e exigirá a compreensão e decisão dos cooperados.
A diferença entre o valor de receita arrecadada pelo plano e a despesa gerada pelos beneficiários alcançará, em 2019, R$ 55 milhões de déficit.
A empresa atuarial, que presta serviços à Unimed Campinas, já alertou sobre o risco da manutenção da situação atual, uma vez que a receita arrecadada é bastante reduzida e os custos crescentes, podendo levar, em 2022, a um resultado negativo de R$ 100 milhões se nenhuma decisão for tomada.
Do total de quase 12 mil beneficiários (cooperados, dependentes e agregados), 9.398 pertencem ao modelo antigo do PAH, cujo valor de receita é de R$ 101,00 para titular e dependente, e de R$ 224,00 para agregado – valores muito distantes do custeio de qualquer plano de saúde.
A gestão entende que esse benefício sempre foi de muito valor ao cooperado, mas que necessita encontrar formas justas para sua manutenção.

Cliques do mês

Unimed Campinas presente na 36ª Corrida Integração
Como patrocinadora do evento, a Cooperativa esteve presente na corrida que reuniu 6.100 atletas oferecendo aos corredores sessões de Quick Massage após a prova. Além disso, o atleta Douglas Miguel Nascimento, da equipe Orcampi Unimed Campinas, conquistou a medalha de ouro no percurso de 5K com o tempo de 15m52s.

Realizado na manhã do dia 19/10 na academia Matéria, em Campinas, o evento reuniu pacientes mulheres do Centro de Quimioterapia Ambulatorial para um momento de integração e bem-estar dentro do contexto do Movimento 365 - Contra o câncer de mama.
Café da Manhã com aula de Zumba – CQA

Café da Manhã Unicred Dia do Médico
Promovido ao longo do dia 18/10 na sede da Unimed Campinas, o evento reuniu os cooperados para comemorarem essa data, com patrocínio da Unicred.


Parceria compromissada com a vida
Revista Metrópole – 20/10

Unimed Campinas referência no tratamento do câncer
Correio Popular – 18/10

Sustentabilidade também gera iniciativas por um bem maior
Correio Popular – 19/09
Considerações finais
Com o conteúdo desta publicação compartilhamos com você, cooperado, informações absolutamente reais, consistentes e passíveis de comprovação a qualquer tempo.
Com elas você pôde constatar que está tudo sob controle, que a nossa Cooperativa permanece sólida, segura e sustentável, e que são improcedentes quaisquer notícias diferentes dessas premissas.
Os canais que nos conectam com a Cooperativa são os meios oficiais para sanar dúvidas ou checar a veracidade de informações que chegam de fontes anônimas. Todos os canais estão permanentemente abertos para esclarecimentos de toda ordem.
É hora de união e de fortalecermos o senso de pertencimento que a condição de sócio nos atribui, aumentando sempre mais a nossa participação nas decisões da Unimed Campinas.
Da nossa parte, enquanto gestores, ratificamos o compromisso com a transparência e a nossa disposição para ouvir o que você espera da Cooperativa e as eventuais sugestões que queira nos apresentar.
Conselho de Administração